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Teoria: 

 Espírito ad infinitum (1)

 

 O espírito ou alma, já atingiu a perfeição, para não cair em depressão eterna, essa alma ou espírito encarna de tempos em tempos, esquecendo de sua perfeição, assim, sempre buscará algo, em ad infinitum, senão, entraria em depressão ad infinitum.

 

O espírito ou alma já atingiu a perfeição e reencarna em mundos físicos, não só no planeta terra, para evitar a depressão eterna. É interessante que, essa possibilidade, pode ser encontrada em algumas tradições espirituais e filosóficas. De acordo com essa perspectiva, a alma, que é essencialmente perfeita, pode optar por encarnar repetidamente no mundo físico para simular, experienciar, aprender e evoluir.

 

- A teoria de Platão que descreve o movimento do mundo das ideias de volta à Terra é conhecida como a Teoria da Anamnese ou a Teoria da Recordação. De acordo com essa teoria, as almas humanas existem antes de nascerem em um estado transcendente, onde têm conhecimento das formas perfeitas ou ideias eternas.

 

No "Mundo das Ideias" ou "Mundo das Formas", essas formas perfeitas representam essências ideais de coisas como justiça, beleza, bondade, entre outras. As almas, enquanto estão neste mundo, contemplam e conhecem essas formas.

 

Porém, quando as almas encarnam em corpos físicos na Terra - ou em outros planetas -, elas esquecem o conhecimento que possuíam no Mundo das Ideias. O processo de aprendizagem, então, é visto como um ato de recordação ou anamnese, onde as pessoas tentam relembrar o conhecimento que já possuíam antes de nascerem.

 

Para Platão, a educação e a filosofia desempenham um papel fundamental na recordação dessas formas perfeitas e na busca pela verdade. Através do diálogo filosófico e da reflexão, as pessoas podem se aproximar do conhecimento genuíno que transcende a realidade sensível e imperfeita do mundo físico.

 

Portanto, a Teoria da Anamnese é uma parte crucial do pensamento platônico, ilustrando sua concepção da alma, do conhecimento e da natureza da realidade.-

 

A concepção de que a alma esquece temporariamente de sua perfeição ao reencarnar é uma maneira de explicar por que os indivíduos não têm consciência imediata de sua natureza espiritual e de suas capacidades mais elevadas ao nascerem em um corpo humano. Acredita-se que esse esquecimento temporário permita que a alma se envolva completamente na experiência terrena, enfrentando desafios, aprendendo lições e crescendo espiritualmente ao longo de várias encarnações.

 

Essa abordagem sugere que a vida é uma jornada de autodescoberta e desenvolvimento espiritual, onde a busca por conhecimento, compreensão e realização é contínua e nunca termina. A alma, ao reencarnar, continua sua jornada de evolução, explorando novas possibilidades e expandindo sua consciência.

 

- A teoria do eterno retorno, também conhecida como "eterno retorno do mesmo", é uma ideia central na filosofia de Friedrich Nietzsche. Essa concepção sugere que tudo o que aconteceu, está acontecendo ou acontecerá, incluindo todas as nossas ações, pensamentos e experiências, retornará de forma idêntica em um ciclo infinito de tempo.

 

Nietzsche propôs essa ideia como um desafio existencial e moral. Ele não a via como uma afirmação literal sobre a repetição literal dos eventos, mas como uma forma de questionar e desafiar a maneira como vivemos nossas vidas e damos sentido ao mundo.

 

Para Nietzsche, o eterno retorno confronta os indivíduos com a responsabilidade de viver suas vidas de forma autêntica e significativa, pois cada ação, pensamento e escolha teria que ser enfrentada repetidamente por toda a eternidade. Ele sugere que devemos viver de tal maneira que estaríamos dispostos a viver a mesma vida inúmeras vezes, abraçando tanto os momentos de alegria quanto os de sofrimento.

 

Essa ideia também está ligada à noção de "amor fati" de Nietzsche, que significa "amor ao destino". Em vez de lamentar ou desejar que as coisas fossem diferentes, Nietzsche argumenta que devemos abraçar plenamente nossa existência e encontrar significado e valor em todas as experiências, mesmo aquelas que podem ser vistas como negativas.

 

O conceito do eterno retorno é uma das ideias mais provocativas e controversas de Nietzsche, e tem sido objeto de interpretação e debate ao longo dos anos. Ele desafia as noções convencionais de tempo, história e moralidade, convidando os indivíduos a reconsiderar suas perspectivas sobre a vida e a existência - .

 

A ideia de que a perfeição absoluta pode levar à depressão é interessante e sugere que a busca por crescimento e auto aperfeiçoamento é uma parte essencial da existência humana e espiritual. A reencarnação, conforme entendida nesse contexto, oferece uma oportunidade contínua para a alma se envolver na vida terrena, experimentando a plenitude da existência e buscando realizar seu potencial mais elevado.

 

A teoria da tabula rasa, que significa "tábua rasa" em latim, é uma ideia que remonta aos filósofos antigos, mas que ganhou destaque na era moderna, especialmente na filosofia e na psicologia.

 

Essa teoria sugere que a mente humana nasce como uma "folha em branco", livre de qualquer forma de conhecimento inato, ideias ou predisposições. De acordo com essa perspectiva, todas as nossas ideias, conceitos e entendimentos são adquiridos por meio da experiência sensorial e da interação com o ambiente.

 

Em outras palavras, a tabula rasa propõe que os seres humanos não nascem com conhecimento inato, mas sim que são moldados e influenciados pelo ambiente, pela educação e pelas experiências ao longo da vida.

 

Essa teoria tem implicações significativas em áreas como a educação, a psicologia e a filosofia política. Na educação, por exemplo, a ideia de tabula rasa sugere que todos os indivíduos têm potencial para aprender e se desenvolver, independentemente de sua origem ou contexto social.

 

Na psicologia, a teoria da tabula rasa influenciou o debate sobre a natureza versus a criação, ou seja, se os traços de personalidade e comportamento são mais influenciados pela genética ou pelo ambiente.

Na filosofia política, a ideia da tabula rasa está relacionada à noção de contrato social, em que os indivíduos abrem mão de certos direitos em troca da proteção e segurança fornecidas pelo governo. Nessa perspectiva, os indivíduos entram na sociedade com uma mente "em branco", e é o ambiente social e político que molda suas crenças, valores e identidade.

 

Embora a teoria da tabula rasa seja uma ideia influente, também tem sido objeto de críticas e debates, especialmente em relação à questão de até que ponto os seres humanos são verdadeiramente desprovidos de predisposições inatas ou pré-programação genética.

 

No entanto, é importante notar que, apesar da influência da teoria da tabula rasa, pesquisas mais recentes em psicologia e neurociência sugerem que há certos aspectos da mente e do comportamento que podem ter bases biológicas ou genéticas. Assim, a natureza versus criação, ou a influência genética versus a influência do ambiente, continua sendo um debate complexo e em evolução dentro desses campos -.

 

“Ludwig Feuerbach, filósofo alemão do século XIX, propôs a ideia de que Deus é uma projeção das essências humanas. Essa ideia central está profundamente enraizada em sua obra mais conhecida, "A Essência do Cristianismo" (Das Wesen des Christentums), publicada em 1841.

 

Feuerbach argumentou que os atributos e qualidades que as pessoas atribuem a Deus são, na verdade, uma projeção das características humanas mais elevadas e desejáveis. Ele sugeriu que os seres humanos, ao idealizar a ideia de Deus, estão, na verdade, expressando suas próprias aspirações, valores e ideais. Em outras palavras, Deus é uma criação da mente humana, uma manifestação das necessidades e esperanças humanas.

 

Para Feuerbach, as características divinas, como amor, bondade, justiça e sabedoria, são projeções das qualidades humanas que desejamos ou aspiramos alcançar. Ele viu na religião uma forma de alienação, onde as pessoas atribuíam poderes e virtudes divinas a uma entidade externa, quando, na verdade, essas características residem dentro do próprio ser humano.

 

Ao afirmar que Deus é uma projeção das essências humanas, Feuerbach também argumentou que a religião poderia ser entendida como uma forma de auto alienação, na qual os seres humanos transferem suas próprias qualidades e poderes para uma entidade externa, em vez de reconhecerem e celebrarem sua humanidade.

 

Essa perspectiva de Feuerbach inverte a relação tradicional entre Deus e o homem. Em vez de Deus criar o homem à sua imagem e semelhança, Feuerbach sugere que é o homem quem criou Deus à sua imagem e semelhança.

 

Essa ideia teve um impacto profundo na filosofia, teologia e estudos religiosos, contribuindo para uma compreensão mais crítica e secularizada da religião. Ela também influenciou pensadores posteriores, como Karl Marx e Sigmund Freud, que exploraram ainda mais as implicações psicológicas, sociais e políticas da religião e da crença em Deus.”

 

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 (1)"Ad infinitum" é uma expressão em latim que significa "até o infinito" ou "sem fim". É usada para descrever algo que continua indefinidamente, sem um ponto final ou limite definido. Na linguagem cotidiana, é frequentemente usado para indicar um processo, uma série de eventos ou uma sequência que se estende sem parar, repetindo-se indefinidamente ou ...

 











 

Eder Rizotto
Enviado por Eder Rizotto em 09/02/2024


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr