Textos


              Eu a Moita e o Fantasma Morto
                                    25/05/2020

Por volta das seis ou sete horas da noite, matreiramente, corri até um terreno baldio e me escondi atrás de uma moita, precisava conversar comigo mesmo, ou seja, de mim para mim mesmo. Pois bem.

Não lembro o ano, nem o mês e muito menos o dia, mas é fato, está registrado nos anais da história republicana do Brasil. E o que está registrado, o que é fato histórico?

Quanto o ministro Gilmar Mendes, ministro do supremo tribunal federal, soube que Lula seria nomeado para ser ministro, não titubeou nem hesitou, num repelão homérico, o coração a pique, carregou a pena com a ponta da língua e deu sua famigerada penada rufando a suspensão da nomeação de Lula para ministro do governo de Dilma Rousseff.

Certo ou errado não vamos nos esbofetear por isso agora. É fato histórico, com a penada do ministro, pavimentaram mais rapidinho os trilhos para Lula fazer morada no xilindró da federal em Curitiba. Este fato tem e muita relevância! Foi uma decisão política? Quem sabe?

Veremos, até a pouco tempo atrás, os petistas, socialistas e comunistas gritavam: Lula livre, Lula livre. Um legalista dizia: a marcha, lula livre é patética de uma boçalidade abjeta. Para a esquerda nacional, era uma questão de honra, brios na cara, vociferavam: nunca na história desse país, houve uma ação tão antidemocrática, desumana e covarde. Finalizavam: o judiciário se corrompeu.

Mas como disse, atrás da moita, pensava cá com meus botões, se o ministro do STF sabia, como falou em uma entrevista gravada, que o PT, partido dos trabalhadores, havia surupiado da Petrobras, dinheiro suficiente pra campanhas políticas até 2034-35 sei lá, a data aqui é um chute, era mais ou menos essa; meus botões não cansavam de me perguntar: onde está esse dinheiro, cadê o dinheiro da Petrobras?

Lembrei, o que me levou para trás da moita e ter a companhia de um fantasma morto e já exaurido de ouvir confidências de pessoas atrás de moitas e arbustos silvestres.

Durante as eleições para presidente, o candidato da direita, na visão e entendimento da esquerda, era e é inumano, pois bem, o inumano disse: vou cortar as verbas de publicidade pra essa, e essa, e mais aquelas emissoras de tevês e jornais, eles ganham demais, é muito dinheiro. Chegou ao requinte de apresentar os valores, entrementes, uma das emissoras recorreu na justiça para que os valores não fossem divulgados. O pedido foi negado pelo STF.

Pois muito bem, embreado lá atrás da moita, a noite já tinha esborrachado em cima de tudo e de todos, continuo confabulando. Mas se suspenderam as verbas de publicidade dessas emissoras e jornais, elas parecem mais fortes, mais robustas, falam e imprimem jornal, seja de papel seja digital, mais do que nos tempos das vacas gordas? Por que, como assim?

O leitor vai dizer e está certo, estou divagando nos temas, no propósito e no fio da meada do artigo ou da resenha, sei lá o que. Mas o fato é que, pra bater, o sujeito não precisa usar das próprias mãos pra dar na cara do seu oponente, do seu inimigo ou do seu rival, não, não precisa, basta você ter uma coisa e contar com outra.

O fantasma entediado e já morto me questiona, mas como assim pô! Que diabos é isso uai!: “contar com outra”? Relato um fato histórico, para depois amarrar com o segundo item "contar com outra".

Tempos atrás circulou um vídeo nas redes sociais que, um dos ministro do STF, jovem, muito jovem à época, estava numa festa do partido dos trabalhadores, ele trabalhava para o PT, contou uma astúcia, e qual era a tal traquinagem? Pois bem, vamos a ela: havia uma ação de despejo para ser cumprido pelo oficial de justiça, ou pela justiça, contra um grupo de pessoas que invadira e tomara um prédio, os recursos da defesa já haviam esgotados.

Mas um advogado da equipe de defesa, pegou o processo, junto estava a ação de despejo e ficou de posse da ordem judicial, o despejo. As gargalhadas, o hoje ministro do STF contava o feito, a ação de despejo não pode ser executada por um determinado tempo.

Pois bem, agora vou amarrar uma ponta com a outra, o caso contado logo acima, chama, esquecimento, nós brasileiros não temos memória, isso é a 'outra coisa'. a primeira coias é dinheiro.

A política no Brasil é feita com muito dinheiro e os candidatos contam com o esquecimento dos fatos pelos eleitores brasileiros. Nossas escolhas são feitas baseadas nas experiências, mas principalmente com nossas memórias, nossas lembranças. há cientistas que dizem que a nossa razão, sem experiências, de nada serve, ou seja, não tiramos nada do nada.

A revelação da reunião do presidente da república e todos os seus ministros de estados no dia 22 de abril desse ano, mostrou como são os grupos que lutam pelo poder, na informalidade, na particularidade entre quatro paredes, todos, todos sem exceções dizem mil coisas e desejos, entrementes, afirmar ou acusar esse ou qualquer outro grupo a partir desses fatos é uma ingenuidade esdrúxula, de uma infantilidade absurda de quem acredita que vão cumprir à regra os arrombo de cada um ali pronunciado.

Mas o fantasma já morto com algodão nas narinas questiona: quem, quem você defende, de qual lado estás?

Não estou nem com a direita nem com a esquerda, aqui expresso que, tudo que está acontecendo é um jogo pelo poder, e por poder, os dois lados fazem o possível e o impossível, falam o que desejam e o que sonham, seja numa reunião ou na calada da noite.









 
Eder Rizotto
Enviado por Eder Rizotto em 25/05/2020
Alterado em 04/10/2021


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr