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                                     O Aloprado
                                      18/05/2020



Abro o jornal digital e folheio o como um livro antigo, um livro de ontem, de 2000 anos atrás.

Entre minutos e segundos, me deparo com o assunto quântico, de um velho colunista da literatura brasileira. Nosso colunista tem sua elegância, digamos, própria, o que o deixa singular é a sua testa, diria, não tem pestanas, não tem olhos ou boca, ali, naquele rosto, tudo é testa, começa no queixo termina na nuca, é uma testa única e singular.

Mas vamos ao que interessa, o problema da quântica, ou da física quântica. Surge no mercado de trabalho o profissional quântico, sim, isso mesmo que o digníssimo leitor e amigo está lendo, tem pastor quântico, tem psicólogo quântico, até sessão de descarrego quântico.

O interessantíssimo nesses profissionais é que eles não entendem patavinas de matemática básica, de física newtoniana ou da teoria da relatividade, aliás, não fazem nem ideia do que é relatividade.

No alto, iniciei um parágrafo dizendo, vamos ao que interessa, mas prefiro dizer, vamos ao que me incomoda. A pandemia, isso mesmo, a pandemia.

Os jornais, as redes sociais, as rádios, o vizinho do lado esquerdo, o do lado direito. E, se você está num edifício o debaixo e o de cima também, tudo e todos são expertos em virologia, medicina, epidemiologia... O escambau!

Uns rosnam: tem que ter isolamento horizontal, outros esbravejam, tem que ser isolamento vertical. Alguns balbuciam defendendo que todos devem voltar a trabalhar, tem os que uivam, acreditam que, as pessoas com mais de 60 anos e os que tem doenças crônicas, devem ficar em casa. Tem outra parcela que cacarejam, acreditam que todos devem voltar a trabalhar, afinal, argumenta esse último grupo, as pessoas nascem com um único propósito, morrer.

Diante da doença corona vírus, já que não há vacina, não tem remédio, todo mundo é quântico nessa história.

Mas o que é de causar arrepios na pele e eriçar as cerdas de um javali selvagem, é o nosso, seu, meu presidente, que não é médico, enfermeiro, biólogo, ou seja, um zero à esquerda na área da biomédica, impor o uso de um remédio, uma droga, seja lá o que for, no tratamento das pessoas infectadas.

Cada macaco no seu galho, há dois mil anos antes de existir a humanidade, o homem, esse ditado já era cantado nos quatro cantos do universo.
Eder Rizotto
Enviado por Eder Rizotto em 18/05/2020
Alterado em 22/05/2020


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Imagem de cabeçalho: raneko/flickr